quarta-feira, agosto 24, 2011

Como vai ser quando acabar o dinheiro para a BJECA?

Parece-me notável que alguns empresários mais ricos do mundo se ofereçam para ajudar a debelar a crise mundial dispondo-se a pagar mais impostos. É constrangedor ter conhecimento de comentários deste género: "Não me considero rico. Sou trabalhador". O que são aqueles que são contratados à temporada e a quem depois entregam um papel para viver do subsídio de desemprego durante outra temporada?

Também me dói ouvir dizer que Portugal não tem ricos suficientes para fazer face à crise. Onde está o dinheiro? Não se aplica aqui a lei de Lavoisier de que nada se perde, tudo se transforma? O dinheiro só muda de bolsos. Ainda não encontrei nenhum maluco a rasgar notas.

Colaborei numa empresa multinacional americana que foi fundada por três empreendedores e uma secretária em que o lema era que todos os colaboradores tinham de ganhar. Essa estratégia levou a companhia a um dos maiores sucessos da altura partilhando os ganhos do capital com os seus empregados. Foi dilacerada por uma operação bolsista que lhe custou a perda significativa da quota de mercado com a consequente substituição da administração fundadora e despedimento dos seus melhores colaboradores.

Os donos das grandes empresas tem de ver os trabalhadores como um activo a preservar para manter o seu capital a rodar de forma produtiva. Todos têm de ganhar. Não se pode pensar em explorar o trabalho porque se as pessoas não ganharem para viver não vão consumir. Se não consumirem, as empresas não conseguem escoar a produção e acabam por ser penalizadas na bolsa. É o que está a acontecer.

A nossa geração foi das mais fecundas em desenvolvimento tecnológico mas este deve ser usado de modo a criar bem-estar para todas as pessoas e não somente para os detentores do capital aumentarem os seus lucros. Custa verificar que apesar de tanto desenvolvimento tecnológico, a maior parte das mentes humanas não tenha evoluído nada. Continuamos a ter uma mentalidade predominante do salve-se quem puder, do explora o próximo, etc.

Alguns ricos não têm disponibilidade para contribuir mais para debelar a crise económica, queixam-se que já pagam muitos impostos, mas têm capacidade para financiar campanhas eleitorais para pôr os seus pares no poleiro. Isto acontece em vários países desenvolvidos. Isto é democracia?

Ouve-se falar de fugas aos impostos até nas empresas públicas. Que bonito exemplo! É preciso implementar procedimentos de controlo à evasão fiscal para garantir as receitas do Estado e não serem aqueles que não podem fugir ou que não têm cultura para o fazer, sempre os mesmos a pagar.

É necessário aumentar os impostos sobre as importações de modo a transformar os grandes grupos de distribuição em grandes investidores no aumento da produção no país. Querem vender produtos, então invistam em infra-estruturas rentáveis para os produzir e criar empregos para as pessoas.

Infelizmente vivemos uma era de festivais de comunicação pavloviana que incentivam estúpidos consumidores a alienarem-se por umas cervejas à borla. Tristemente vemos nos cafés pessoas desempregadas que à volta de uma mesa vão pagando rodadas uns aos outros até esquecerem os filhos que estão em casa com fome.

O aumento das pessoas que têm de ir pedir para comer é assustador. Está pior do que era na minha infância. Será que ninguém está ver que este desequilíbrio social só vai criar mais problemas?

Como vai ser quando acabar o dinheiro para a BJECA?

sexta-feira, agosto 19, 2011

Ideias de novos negócios para ultrapassar o desemprego

A falta de emprego está a ser um flagelo social e faz dó ver pessoas aflitas, que trabalharam a vida inteira para ter uma casa, sem dinheiro para pagar os impostos ou a prestação da casa que está em risco de perderem e nalguns casos mais graves, sem dinheiro até para comerem. Os patrões cada vez mais querem livrar-se de encargos com empregados devido à queda nas receitas, quer reduzindo-lhes os ordenados, quer dispensando-os a troco de alguns tostões. Esquecem os detentores do capital que para desenvolverem os seus negócios precisam de ter colaboradores que ajudem a fazer rodar o capital. Ainda não perceberam, nem os patrões nem os empregados, que não podem viver uns sem os outros. Entretanto há que andar para a frente: reduzir custos e trabalhar de modos mais inovadores. É possível vender e comprar produtos sem termos de nos deslocarmos todos os dias de um lado para o outro ou suportar os custos associados à existência de um local de venda. Deixemos de desperdiçar o dinheiro em combustível e poluir o ambiente. Porque não trabalhar no conforto da nossa casa vendendo e comprando através da internet? As lojas online permitem que se vendam e comprem produtos sem nos deslocarmos. Para transportar os produtos existem os correios e as transportadoras. Menos carros a circular significa menos dinheiro gasto, menos poluição e refeições mais baratas confeccionadas na hora em casa. Exemplos de lojas online que podemos encontrar inserem-se nas actividades de vestuário, calçado e malas  para homem, senhora e criança, nas actividades de prestação de serviços, etc. Porque não vender até produtos artesanais criados em casa? Por exemplo produtos diferenciados criados por mãos hábeis e mentes criativas.
Alfredo Simões

quarta-feira, agosto 10, 2011

Que mais receitas irão cozinhar?

Acordei com o rádio que tenho na minha mesa de cabeceira e ouvi de imediato o noticiáro na Antena 1: A partir de amanhã, uma pessoa doente não tem direito a transporte para ir ao tratamento enquanto outras pessoas saudáveis continuam a ter direito a vários motoristas que os transportam em carros topos de gama. Porque não utilizam os transportes públicos e não compram o passe social para contribuir para o cumprimento dos compromissos assumidos com a troika. Eu não assumi compromissos nenhuns nem votei em nenhuma troika, nacional ou internacional. Votaram neles, agora assoem-se. Aí está a justiça social apregoada na campanha eleitoral. Já percebi que não há receitas possíveis para resolver a falta de respeito e de valores neste país. O cinismo impera. O bolo de austeridade vai continuar com o aumento do IVA. Qualquer dia nem há dinheiro para o bacalhau quanto mais para ir ao restaurante. Exportar o quê? O que é que nós produzimos? O Alentejo bem que podia ser cultivado para dar comer e trabalho aos portugueses. O homem que caiu abaixo da cadeira foi denominado de fascista mas nunca entrou em troikas e sempre se manteve na independência do resto do continente. Ainda ganhou muito ouro com os outros países europeus. Está visto que esta Europa assim não vai a lado nenhum. Que mais receitas irão cozinhar?